terça-feira, 5 de maio de 2009

Se eu pudesse voar...

...Colocava-me no parapeito do terraço do meu prédio. Olhava o chão lá do alto e avaliava o que o rodeava. Olhava o céu e sentiria o astro que reinasse naquele momento. Ao longe sentiria o sorriso do outro que se escondia e das meninas que se deixavam tocar, bem lá no cimo... Cintilando, cintilando.

Punha as mãos no parapeito e atirava-me. Deixava-me cair sempre no mesmo modo com que tinha calhado atirar-me. Sentia o vento no rosto e o barulho ao fundo a ser cortado pela velocidade da queda. Deixava-me ir até ao último segundo e erguia-me, voando sem limites até ao mais alto dos lugares. Lá, veria tudo e entoar-me-ia por completo para todos poderem sonhar. Cantava-vos com as melodias dos astros e nas rotas das cores sorria, embalado pelo ar...

Regressava e passaria as 24 horas do dia em que assim estivesse em voos pelo mundo. Agarraria na mão de quem comigo voar quisesse e não pararia nem um segundo.

No final, deitar-me-ia numa nuvem. Daquelas nuvens cheias de trovoadas escondidas e de chuvas que nos vêm acariciar e ficaria assim... assim... assim...

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