terça-feira, 5 de maio de 2009

Em memória de...

Por vezes tudo parece cinzento, tudo parece sem fim... Cobrem-nos de esperanças e um dia as coisas acabam... Mesmo sabendo que essa é a maior probabilidade, é essa a última coisa em que pensamos e, enquanto tal, a última coisa para a qual nos preparamos...
A dor da despedida é eterna, sempre assim comigo foi e hoje, passadas semanas várias de uma despedida sem adeus, sinto ainda o vazio de quem nos deixou porque preenchia mais do que provavelmente se fazia crer... As implicações de um sistema como o nosso, cheio de buracos e cheio de incompetentes que não os tapam, custam vidas, custam sensos e louvores a nada... Hoje o preço é a saudade, a raiva e a dor... Amanhã será a naturalidade preta de quem fica vazio... Na hora, foi o saco disforme do alívio pelo fim do sofrimento e da revolta pela luta que tanto levou e, ainda assim, face ao surgimento de um pequenino pormenor, tudo colapsou... A triste realidade nem é tanto a partida nem é tanto a lágrima da saudade. A triste realidade é o motivo de tudo e o facto de no fim nem sequer importar... As pessoas não aprendem com os seus erros. São ignorantes e verdes ao ponto de não saber o que isso é ou sequer o que é uma aprendizagem, o que é crescer. Vivem no medo e no típico 'who cares' e o dia de amanhã é apenas réplica de um sucesso sucessivo de sucessos que sucedem sem cessar... Dizia a história, afinal somos todos pequeninos e barbaramente ridículos... In fact, 'we're just people, we're just people, we're just people...'…

Por outro lado, um dia contaram-me que a vida terminava para uns e para todos e que o tempo, porém, não era limitado e a incerteza nada mais era que uma falésia presa à eternidade. Um esboço de complexidade que se recheia no próprio emergir do tempo e da saudade, sentida a partir do primeiro momento em que tudo muda na realidade que nos acompanha, que é nossa, por nós, em nós.
Sentidos esses que me ultrapassam com fragmentos de nada, inspirações absolutas e surreais. Um paralelismo universal sem forro, totalmente despido, enclausurado...
Porém, acredito eu que tudo o mais traz verdade. Desconhecida por nós mas parte de muitos outros. Traz, sim. Traz muito mais.
Talvez um dia também encontremos esse outro mundo, essa outra realidade... Até lá... A formosura de não estar só, no cuidado do fado de nós para os outros...
Um forte bem haja ao sangue que se foi, um grande abraço a quem hoje uivará também...


... 17 de Setembro de 2007

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