quarta-feira, 6 de maio de 2009

Rainha de um Leito

Uma safira alaranjada
Cor de pele e muitas cores
Entre sombras, apagada
Sorrindo máscaras e furores

Um tumulto, longe farda
Uma obrigação, um querer
Dois em um na livre estrada
Desta sina nossa que é viver

Olhas-me de cima e no tempo do saber
Por entre chagas, lutador,
Prendes-me às cortinas, vês-me falecer
Boémio de morte, mal-feitor

Entregas-te ao todo da alegoria
E dizes em voz alta que a Natureza trouxe a luz
E tu és origem Santa de tamanha magia
Um corpo eterno que teu olhar seduz

No nono leito barafustei
No décimo sorria com medo
Até às sete badaladas fui ninguém
E tu fonte de letal segredo

Leva-me contigo na eternidade
Seja Amor ou poeira de tempo
Leva, leva, fria deidade
Leva-me e vive, queixume livre do fingimento.

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