quinta-feira, 2 de abril de 2009

Há coisas que não entendo
Coisas tais que tão só não dá para entender
Neste frénésie, demência da alma,
Nesse efeito dópico de queimadura imensa,
Desde os cálices de desespero ao mais puro teor de fruição,
Por cada segredo narrado a medo
Entre chaves de sussurros e maldição.

O toque, o choro, o grito, o ópio
A droga, sim, o odor
Mel enferrujado, sangue fraco, suor a degredo
Chamas, música, lençois de veludo, ombreiras de credo
Olhos colados aos meus, corpo a transpirar meu enredo,
Diante de um sonho, algures num pico de sabor
Torpes unhas cravadas em meu corpo, letal uivo estridor.

Sabe a pouco, confesso, perder-me
Neste turbilhão de não saber de quem ou do quê,
Sabe a pouco, sim, tal padrão desfigurado
...Querer e não querer...
Alcançar o entrelaçar do tempo, essa troca de fôlegos
...Esse pecado...
Rasgar orgasmos de fadiga e de prazer.

Seguir a vida numa eternidade mórbida,
Entre notas musicais de vociferos, vulúptia, de peco ser.
Rasgar-te o corpo enquanto balanças nas cordas,
Esquecer-te completamente enquanto te ganho viver

Sugo-te a pele, impaludo-te o corpo,
Embalsamando-te essências desse erotismo venéreo,
Essa silhueta vampírica de carnalidade
De amor e morte, de brada lascividade
Entre fados de cortes de pura vaidade
Em venturas nefandas de puro saber

Rasgas-me o corpo, despes-me a alma
Cortas-me o fôlego, sugas-me o véu
Despes-me o cálice, derretes-me o topos
Sujas-me o lodo, desfiguras-me o ser
Num grito suturno de instâncias de corvo
Rasgo-te o sexo, apago-te o bordo
Mato-te no fogo e morro por te perder
.

2 comentários:

David disse...

tá muito bom. tá um pouco diferente do q me habituaste mas cm sempre c qualidade.

Corvi Umbra disse...

-)