Tinha em tempos outro endereço também aqui no blog mas resolvi alterar a sua morada. Aposentado agora neste canto, recupero o que já havia escrito e debruço-me, como melhor poder, no que for sucedendo comigo e com aqueles que comigo se associem – categoria na qual poderia com praticamente toda a certeza colocar 99.9% da população, seja ela humana, seja ela de outra espécie terrestre ou não.
Falar de começos é falar de uma linha que tende a parecer desenhada somente agora ou somente na altura em que realmente algo aparecera, mas o paradoxo, o limite que nos ultrapassa, vem no para lá do tempo que sequer se percepciona. Por isso, limito-me a abrir portas nunca antes fechadas, deixando a chave com o tempo e divagando no cá e no lá de cada instância, cada turbilhão.
Falando um pouco nas palavras iniciais deste canto, dado que falar do que nos espera é limitar ainda mais o seu limite, optei por colocar duas expressões que me parecem muito próximas ao que se irá sentir no que aqui poderão eventualmente encontrar. A primeira, Brevis esse laboro, obscurus fio, pertence a um discurso de Horácio e significa esforço-me por ser breve (e) fico obscuro. Ora, o sentido parece-me claro. Quando olhamos para algo na vida (incluindo certamente a morte) tentamos estar perto de respostas e definir certezas... mas o que é isso comparado com o infinito da sabedoria? Parece-me a mim que de cada vez que tentamos esboçar factos, nessa complexidade a que nos entregamos, acabamos sempre por nos perder em pensamentos e ilusões que julgamos ser sabedoria. Essa palavra é a eternidade e ser breve, mesmo no mais complexo de nós, por sermos tão pequeninos, é conceder-lhe o abismo, a obscuridade. Pode o sentido variar de mim para os outros e o autor ter gritado tais palavras com múltiplos sentidos na história, mas, neste canto, tal será o meu uivo e o meu motivo.
Passando para a segunda, ler-se-á: pertence ao fenómeno universal da natureza humana que o tétrico, o medonho e até o horrível brotem com irresistível beleza, frase de Schiller, um dramaturgo, poeta, filosofo e historiador alemão do século XVIII. Uma das coisas que mais me apraz dizer deste senhor, para além desta frase que encontrei na contracapa de um dos livros de uma colectânea de contos de Edgar Allan Poe, é que foi um dos principais motivos de inspiração de Beethoven numa das suas composições: A Nona Sinfonia. Tudo por causa do seu poema An Die Freude (Em português, Ode à Alegria).
O que mais me atrai nesta frase é precisamente a ligação que tem comigo. Sinceramente vejo no 'medonho', no 'tétrico' e no 'horrível' cálices de letal beleza. Letal não de ruim, mas de verdadeiro. De tão bom que nos faz alterar sentenças do que se diz ser o equilíbrio, quase que como a um prazer incontrolável nos entregássemos... Tende-se a dizer que o mal é mau, mas o mal ensina. Ensina de tal maneira que não se esquece com tanta facilidade e que se memoriza com sangue e com lágrimas porque fere mesmo sem armas físicas, porque alicia ilusões do que é bonito, porque deturpa mentes que se perdem e prova que a infelicidade não existe, que esse conceito tem tão somente instâncias surreais de beleza própria.
Talvez seja triste e infeliz o que aqui se partilhar mas as lágrimas que aqui escrever serão sorrisos de sangue quente e despido de vinho que não se esquece e embriaga a pele e o tempo. Será um canto recheado de tudo e de nada e talvez uma falácia no conhecimento. As eternidades da Vida...
Um bem haja a todos aqueles que eventualmente me leiam e um sorriso àqueles que me contradisserem!
Até breve!
Falar de começos é falar de uma linha que tende a parecer desenhada somente agora ou somente na altura em que realmente algo aparecera, mas o paradoxo, o limite que nos ultrapassa, vem no para lá do tempo que sequer se percepciona. Por isso, limito-me a abrir portas nunca antes fechadas, deixando a chave com o tempo e divagando no cá e no lá de cada instância, cada turbilhão.
Falando um pouco nas palavras iniciais deste canto, dado que falar do que nos espera é limitar ainda mais o seu limite, optei por colocar duas expressões que me parecem muito próximas ao que se irá sentir no que aqui poderão eventualmente encontrar. A primeira, Brevis esse laboro, obscurus fio, pertence a um discurso de Horácio e significa esforço-me por ser breve (e) fico obscuro. Ora, o sentido parece-me claro. Quando olhamos para algo na vida (incluindo certamente a morte) tentamos estar perto de respostas e definir certezas... mas o que é isso comparado com o infinito da sabedoria? Parece-me a mim que de cada vez que tentamos esboçar factos, nessa complexidade a que nos entregamos, acabamos sempre por nos perder em pensamentos e ilusões que julgamos ser sabedoria. Essa palavra é a eternidade e ser breve, mesmo no mais complexo de nós, por sermos tão pequeninos, é conceder-lhe o abismo, a obscuridade. Pode o sentido variar de mim para os outros e o autor ter gritado tais palavras com múltiplos sentidos na história, mas, neste canto, tal será o meu uivo e o meu motivo.
Passando para a segunda, ler-se-á: pertence ao fenómeno universal da natureza humana que o tétrico, o medonho e até o horrível brotem com irresistível beleza, frase de Schiller, um dramaturgo, poeta, filosofo e historiador alemão do século XVIII. Uma das coisas que mais me apraz dizer deste senhor, para além desta frase que encontrei na contracapa de um dos livros de uma colectânea de contos de Edgar Allan Poe, é que foi um dos principais motivos de inspiração de Beethoven numa das suas composições: A Nona Sinfonia. Tudo por causa do seu poema An Die Freude (Em português, Ode à Alegria).
O que mais me atrai nesta frase é precisamente a ligação que tem comigo. Sinceramente vejo no 'medonho', no 'tétrico' e no 'horrível' cálices de letal beleza. Letal não de ruim, mas de verdadeiro. De tão bom que nos faz alterar sentenças do que se diz ser o equilíbrio, quase que como a um prazer incontrolável nos entregássemos... Tende-se a dizer que o mal é mau, mas o mal ensina. Ensina de tal maneira que não se esquece com tanta facilidade e que se memoriza com sangue e com lágrimas porque fere mesmo sem armas físicas, porque alicia ilusões do que é bonito, porque deturpa mentes que se perdem e prova que a infelicidade não existe, que esse conceito tem tão somente instâncias surreais de beleza própria.
Talvez seja triste e infeliz o que aqui se partilhar mas as lágrimas que aqui escrever serão sorrisos de sangue quente e despido de vinho que não se esquece e embriaga a pele e o tempo. Será um canto recheado de tudo e de nada e talvez uma falácia no conhecimento. As eternidades da Vida...
Um bem haja a todos aqueles que eventualmente me leiam e um sorriso àqueles que me contradisserem!
Até breve!
4 comentários:
*li e gostei*
=p
olha, eu tb xP
Obrigado (aos dois, já agora)
Ora, como não poderia deixar de ser. Tive de conhecer, obritagóriamente, as raízes de tudo. Gostei, Corvi.
Tudo o que dizes, é tudo tão claro, como sempre desejas fazer, segundo a explicação do blog.
Um beijinho, e um bem haja.
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