Não te olhei uma única vez desde essa despedida porque te despiste em ramos de mel que me afastam com as lágrimas do teu arrependimento. Destruíste a esperança que me deste e cultivaste ódios e medos dentro de nós. Fizeste-me egoísta. Cortaste-te a pele. Retiraste-me segundos de paz e fizeste-me morrer. Durante anos, morto. Para sempre, morto. Morto porque me despiste, sim. Morto porque me tiraste a única luz que alguma vez me fora fiel. A única que me alimentou e se deixou conhecer. Na naturalidade do tempo, nesses buracos infindáveis do tempo, ficaste gravado em ti mesmo e o reflexo será para sempre o desuso próprio do teu saber e do caminhar. A experiência ficou, o resto morreu. Ela mesma, deturpada, morreu. Morto. Eu.
Algures de lá detrás no tempo
2 comentários:
É daqueles textos que me arranham a pele.
É. Demasiado.
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