domingo, 25 de outubro de 2009

Perguntas parvas

Perguntas Parvas? Mais uma das modas! Mas de facto, com um sistema geral que nos condiciona e nos molda num padrão não admira que a precariedade mental linguístico-cognitiva esteja também ela neste lindo estado. As pessoas não raciocinam, extraiem conhecimentos colados a cuspo e a prova é aquilo que todos nós conhecemos porque todos nós acabamos por o fazer:

Quando te vêem deitado, de olhos fechados, na tua cama, com a luz apagada e perguntam:
– Estás a dormir?
– Não. Estou a treinar para morrer!

Quando levamos um aparelho electrónico para a manutenção e o técnico pergunta:
– Está avariado?
– Não. É que ele estava farto de estar em casa e eu trouxe-o a passear...

Quando está a chover e vais sair de casa, perguntam:
– Vais sair com esta chuva?
– Não, vou sair com a próxima…

Quando acabas de te levantar, vem um idiota e pergunta:
– Acordaste?
– Não. Sou sonâmbulo!

Quando um amigo teu liga para tua casa e pergunta:
– Onde estás?
– No Pólo Norte! Um furacão trouxe a minha casa para aqui!

Quando acabas de tomar banho e alguém pergunta:
– Tomaste banho?
– Não! Dei um mergulho no vaso sanitário!

Quando estás a pescar, alguém passa e questiona:
– Pescaste todos esses peixes?
– Não! Esses, são peixes suicidas que se atiraram para o balde!

Quando estás na paragem d'um autocarro, alguém te reconhece e pergunta:
– O que estás a fazer aqui?
– Estou à espera do metro para ir para casa!

Quando estás na caixa e tiras um talão de cheques e o caixa olha e pergunta:
– Vai pagar em cheque?
– Não! Vou escrever um poema nesta folhinha!

Quando acabas de olhar para o relógio e alguém te pergunta:
– Viste as horas?
– Achas!? Estava a ver a novela!

Quando estás a ir com uma bola para um campo, alguém pergunta:
– Vais jogar?
– Não, vou estourar pipocas!

Quando pedes para uma pessoa assinar um documento e ela diz:
– Assino o meu nome?
– Não, assine uma fórmula química qualquer…

Quando alguém tem um acidente e vai para o hospital:
– Está a sentir-se bem?
– Claro, vim só ver se aqui nevava...

Quando telefonas a um(a) amigo(a) e explicas que não foste ao cinema porque foste ao funeral do teu tio:
– Oh! O teu tio morreu?
– Nãaaaaaaaaaaaaaao! Achas? Nós só fomos la ensaiar.. para quando ele morrer não chorarmos fora de tom...

Está alguém a andar a volta do Santuário de Fátima de joelhos e alguém pergunta:
– Está a pagar promessa?
– Não não. Estou só a fazer esfoleação aos joelhos.. tirar as células mortas...

Estás a passear algures e de repente alguém vê-te e pergunta:
– Estás aqui!?
– Não, sou uma miragem, não vês que estou ali?

A força do vício


Há quem vicie nas quintinhas maravilha do facetretas e adquira aquilo para actividades impróprias e de carácter totalmente desconhecido para a minha inocência cristalina, eu cá chego praticamente aos 600 amigos, sem conhecer nem um terço, só para conseguir virar vampiro mafioso a ver o tempo passar enquanto toco em botõesinhos mesmo feios para evoluir drasticamente até ao nível infinito de 1 em 1%. É mesmo de quem (PARECE) não ter mais nada para fazer!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Veritas transcendentalis

Com uma borracha apagar o mundo, com um dedo esquecer a existência, com um grito erguer a soma a um segundo.

Na minha vida de boémio fuma-se cigarrilha, cruza-se a perna, solta-se frases de whisky na mão, entrelinhas com um pouco d'ópio, respira-se ar de sexo, de pornografia, de filias várias de senso impróprio e rasurado numa sociedade de pseudo-heréticos que se regem pela ironia. Atam-se chicotes à cintura para dominar as fêmeas, cospe-se um pouco mais além num bacio de prata recheado de tilitares de moínho. Enrolam-se cartuchos de filosofia barata misturada com um pouco de canabis e heroína, uns quantos livros de surrealismos de bronze em esferas letais de ligações químicas de adrenalina - o furor orgásmico do só, do tudo - e rasgam-se profissões, rasgam-se conhecimentos futuros, lazeres de instância e conexões sociais. Vive-se apenas na nau dos tempos do todo que nos leva a lado algum.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Mais um êxito haha

Kiwi, the master of the masters

Dos videos mais fantásticos que pude ver até hoje!

Expliquem-me o fenómeno por favor. Aparentemente um cartão como qualquer outro. Talvez mais ridículo e um pouco mais limitado por ser para «várias gerações» (adorava ter avó para lhe dar um!) mas aparentemente um cartão como qualquer outro. É engraçado. Já podemos ir ao supermercado, no meio de um traje cor-de-rosa com maiô e collants, qual deles mais chocante, numa aberração de categoria, com pochete igualmente carimbada e recheada de pinkinhas que fazem meow meow nas cabeças dos demais, e apresentar o nosso cartão maravilha com o carimbo na chapa do «vamus xer xweets!»).

Mas não fica por aqui. Que tal um cartão para os gogos mais fofinhos?

Não é tão giro? «Let's be depressive with meow meow's painted in pink! Yay xD». Será, no mínimo, a minha próxima aquisição. Só não fui antes porque o meu gato mais novo watranhou a moda e ficou traumatizado. Quando os bigodes deixarem ele diz que me larga e logo poderei tratar da coisa (destruir todos os que me aparecerem à frente!)

Pergunto-me sobre o que terá acontecido para a recente emancipação feminina na Carris. Aos poucos tenho assistido a uma maior frequência das mulheres ao volante dos famosos carros amarelos de extensões alargadas. Tem-me agradado. Devo ter uma fantasia qualquer que me faz sentir agradado por as ver nessas caixinhas a lutar pela igualdade (ou até mesmo superioridade) daquilo de que são capazes, daquilo que têm tanto ou mais que aqueles que as denigram. Porém, confesso que não compreendo o fenómeno. Afinal, todos criticam estupidamente a condução das mulheres. São assim, são assado, não prestam. A bem dizer, nas mentes ainda muito sãs do tradicionalismo fascista da identidade, do género, da sexualidade, do ser, aquilo que sobra é tão só a mulher não poder ultrapassar o financiamento do homem, a mulher não dever deixar as criaturas pequeninas com o pai em circunstância alguma e sobretudo a mulher não poder ser melhor em qualquer outra coisa que não os lençois, que não o vale do prazer machista também ele presente nas mentes femeninas do mundo ainda de hoje. No entanto, acontece. Acontece e fere saber-me a entrar numa dessas caixinhas e as pessoas olharem de lado. Ainda haver quem olhe de lado. Ainda haver quem aponte o dedo. Ainda haver quem não entenda. Ainda haver quem não entenda que alguém entenda. Ainda haver o que há. Fere. Mas apraz sabê-las lá e sabê-las com a força de vontade para amparar os golpes da cidade, do Homem, do mundo, do tempo. Quando as vejo, o meu pára. Pára e saboreia-se a si mesmo. Ouvem-se os sorrisos da glória nas entrelinhas do que são, do que sentem, do que fizeram, do que as trouxe a evolução. Sim. Do que trouxe o tempo.
















Eléctrico

Bus

Porque é merecido estar aqui!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ele olha para trás e por detrás do cal gasto pelos anos encontra as palavras do suga-vidas em vermelho-bordeaux-pimenta-de-prata:

O avião partiu e o rosto de luz ficou-te na mão.

No buraco além, onde jaz a mesa da corrida, encontra-se apenas o apito do árbitro que comanda o batalhão. Nada. Apenas os lugares secos de quem já não pode voltar. As memórias do que fica a cada copo bebido do olhar de irmão, das memórias da glória que o fizeram perdurar. O caminho da morte sobre fios que o fizeram cair preso ao destino. Nada. Nada que era no nada em que estava. Nada. Um comboio de impurezas raras que o mantiveram vivo mesmo quando o baú se desenhara por acabar...

O avião partiu e o rosto de luz ficou-lhe na mão...

... à velha casa onde tudo é igual...