terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Vivências

Nestes últimos tempos muito tem acontecido. Faz amanhã uma semana que fiz uma maratona de cycing (3 horas a dar-lhe na bicicleta) da qual o resultado foi criar, juntamente com 6 macacos com mais nada para fazer da vida, uma mini pool em plena sala de execução. No dia seguinte, por incrível que pareça, sentia o corpo dorido mas nada de falhas no andar, no sentar, no correr ou no treinar (motivo de orgulho, até), o que foi muito bom porque tinha exame no final do dia (o belo do exame de aerobica sobre o qual não me calei durante quase duas semanas - sim, tenho pena dos que me aturaram) que também correu lindamente. Aceite, então, para o curso de IFI (para quem não sabe, Instrutor de Fitness Internacional). E, enfim, sábado já lá estava, com todo o meu esplendor, às 10 da manhã (se não fosse a merda de horários da Vimeca ao fim de semena pois devia ter chegado uma hora antes -.-') para um dia de formação. 8 horas de trabalho (felizmente só teórico nesse dia). Foi interessante. Cheguei e passada nem uma hora já estava seleccionado para representante de turma mais uma moça que se encontrava sentada a meu lado. O acto mais imediato de escolha e igualmente mais curioso. Muito bom. Penso que do dia a única coisa que de facto merece ser apontada é o pormenor do custo do almoço. Praticamente dez euros para comer só por ser um palácio como o é o SolPlay! (contem com marmitas aos fins de semana! Muitas!). Mas o pessoal pareceu muito porreiro, acredito que sim, vai valer a pena por mais cansativo e puxado que seja.


Entretanto, na noite de domingo para segunda, um amigo esteve cá. Tornou-se rotina por necessidade e até gosto. Acaba por ser um meio de gerir confusões, acalmar tensões, mudar de ares e conhecer caras. Viver momentos crassos. Surrealmente crassos. Conversa atrás de conversa, chega a hora de levantar e cordeirinhos despertos nem vê-los, até que lá nos mentalizámos que tinha de ser e rendemo-nos ao incontestável. Lava cara, toma qualquer coisa para aconchegar a barriga, sai, não sai... O costume. Merdice de rotina.

Comecei o dia por ir para o ginásio como de costume. Madrugada para ambos. Ele no hospital, eu no centro médico do desporto. Uma epidemia. A espera infindável, esse veneno. Horas a fio numa espera tremenda sem nexo, sem qualquer teor profissional. Chegou, sentou-se, esperou. Avisando que havia chegado, esperou na esperança que reencaminhassem o aviso. Esperou. Esperou. Esperou. Horas depois de tanta espera, esperou mais um pouco. No meio da confusão, esperou. Até que pede para confirmarem a situação e descobre-se o médico sozinho na sala (quase a olhar para ontem) provavelmente também à espera. Lá se atendeu o moço e se tratou do pretendido. A par disso, esperava eu. Entre máquinas e tortura, esperava eu. Um aqui, outro ali. Olhares incomodados, suspiros, sorrisos ou simples gratificações. Esperava eu. Uma máquina vazia. Um segundo de paz. Esperava eu. Ao longe, uma cara conhecida. Sorrisos, palavras, pedidos. Elogios. Esperava eu. Elogios. À frente, um olhar chamuscado, recheado de sombras e de veneno. Esperava eu. Abro os olhos. Essa espera. Abro e reabro. Longe, lá, ali. E enquanto esperava, o tempo corria e aumentava a espera. Até que, sim, acaba a rotina e a espera corta-se.

Ao almoço, sua excelência leva-me para o Colombo onde conheço duas amigas dele e a barraca do chinês. Perdidos alguns minutos na Pizza Hut por ter lá umas colegas, rendi-me às evidências da tentação chinesa e acabei por matar a sedução do plástico huteiro. Muito bom por sinal mas um prato para alimentar 50 pessoas! Assustadoramente bem servido e, sim, também me pediram 6 euros por aquilo! Ai marmitas, marmitas! (Vá, valeu pela companhia)

Entretanto vamos para Sete Rios, Twin Towers, dizem eles. Pergunto-me que é que Portugal tem que não seja plágio. Nojo. Muito nojo! E aquilo, aliás, parece mais abandonado que sei lá o quê. Mal aproveitado e com poucos circulantes. Estranho mas de calmo, agradável. Tão agradável que até as velhotas faziam de tudo para se sentar numas cadeiras de massagem (note-se, de colocar moedinha mas cujo preço não aparecia...) que se encontravam por lá. Cómico foi uma lá sentada, com as pernas penduradas por a cadeira ser maior que ela, a trocar sapatilhas e a descansar. Acho que sim. Sem dúvida.

Entretanto, passadas horas a andar por lá, nesta altura com um terceiro elemento também conhecido do senhor de Viseu, chega a hora da moça ir embora e lá a levamos à estação. Qual quê... Plena captura em via pública. Ridículo. Policias indignados e dois africanos a revoltarem-se por uma qualquer razão que também não deve interessar muito. Só sei que eles queriam fugir e não corriam e os polícias queriam capturar e também só andavam. Basicamente, numa redução mental devido ao limite das palavras comparado a um momento de 1000 segundos, imagine-se uma estrada com dois carros parados enquanto o espectáculo decorria e 4 indivíduos em plena agitação. Os dois polícias do lado de cá e os dois africanos do lado oposto. A ameaça de fuga não passa disso e os polícias simplesmente avançam, agarram, algemam e acabam ali o filme com o pedido de reforços. Lá os vão buscar numa carrinha (deviam ser todos muito gordos) e ala que se faz tarde. Hein? E viva o activismo português (ao menos não é como na Nova Zelândia, onde prisioneiros sem viatura, têm um quartel atrás, tanto de carro como d ehelicoptero, e é um poste de electricidade que os apanha!). Enfim... E depois ainda me perguntam porque é que tenho problemas...

À noite, já depois dele se ter ido embora, sou atacado por uma senhora que quer saber à viva força onde era não sei o quê. Não conhecia nem rua nem sítio. Ainda por cima deu-me na cabeça por não conhecer e, pior, queria que eu a levasse lá na mesma... Perfeito. Sim, porque dois a saber cada um menos que o outro, em pleno Olivais àquela hora, era de facto o mais indicado de se fazer. Descalcei a bota com o polícia e ela ainda mandou vir comigo. Conclusão: «minha senhora, era de seu interesse ir para esse local portanto seria seu dever informar-se primeiro. Tem muita sorte em ter tido a paciência de a trazer aqui. Passe bem. Boa Noite». O polícia ainda queria festa mas quando a mulher começou a argumentar qualquer coisa que ninguém percebeu, só me disse: «Vá para casa. Tratamos do resto a partir daqui» -.-' Muito bom. Como sempre.

2 comentários:

David disse...

definitivamente os dias ctg... rendem xP

Corvi Umbra disse...

Ahahah -D