domingo, 22 de fevereiro de 2009

Pocesso? Nâo, demente

Confesso que me faz imensa confusão ouvir as famosas deixas médicas, tão mais quando é completamente evidente a necessidade de se fazer algo ou - pior - que o que se faz não está em sintonia com o que até o comum dos mortais percebe estar a suceder!).
Existem n confusões entre gente reles, camadas da plebe, da mediocridade e os senhores doutores, lá das hierarquias altas e dos assentos fofinhos (as barrigas não disfarçam e aquelas olheiras... Ossos do ofício laboral? Não! Saga da poltrona e do vinho!). E se não bastasse meti-me em duas áreas extremamente interessantes, quase numa tremenda declaração de guerra a esses senhores, numa profunda malvadez socio-patológica.
Vejamos:
Em Psicologia, tenho as vertentes psíquicas, em camadas diversas pelas várias áreas já em desenvolvimento actualmente e todas as outras constantemente a nascer e principalmente a fundamentar-se. Cada frase psicológica é quase que uma astralidade num país como o nosso. Estamos no fado do tradicionalismo em que o fascismo nacional se evidencia em cada choque evolutivo ainda que nos digamos um país adaptado, evoluído e importante (Eu devo sofrer de sonambulismo crónico ou uma avalanche psíquica completamente deturpada porque só eu é que não acordo de sonhos assim! Porra de sorte!). E depois, claro, a área do exercício físico e do bem estar, do movimento, do controlo, do equilíbrio. Tão só a terceira grande faixa mundial do investimento e da relevância e em Portugal a área dos bóis, o caminho dos burros e a afronta dos boémios e dos perdidos. 5,6% de taxa de penetração e ainda por cima com mais de 50% de obesidade e excesso de peso, de fadiga emocional e fisiológica e pior um pouco desamparo colectivo, nacional e sapiente.
Ora bem, se falarmos em cancro, os psicólogos atendem os pacientes a fim de os iluminar, iludindo-os com a pérola da força de vontade. Se pegarmos nos médicos, estes fazem o milagre da vida e, na maioria das vezes, curam (ou pelo menos controlam) os senhores pacientes de um modo inconcebível.
Não podia concordar mais. Uma pessoa com cancro é uma pessoa cuja realidade, mais cedo ou mais tarde, irá sofrer uma reviravolta. Por mais que não sinta de início, por mais que as coisas acalmem fisicamente, por mais que o teor interno seja limpo, as cicatrizes da cura, os marcos da experiência, o peso da dor, o sarcasmo dos médicos, a tão fantástica categorização social e melhor um pouco o tão prestado apoio, são apenas exemplos dessa mesma reviravolta. E, portanto, sem dúvida alguma, é inconcebível!
Por outro lado, o tom retórico e mirabolantemente culto dos senhores das hierarquias altas é sempre tão próximo que o indivíduo em vez de dar duas voltas ao elástico enquanto assimila a informação, dá para aí umas dez para não ter de partir a tromba ao filho da mãe que se encontra à sua frente, cuja cultura, aliás, deve ser bem mais baixa que a do senhor da mercearia na esquina da frente que enquanto acartava fruta e legumes se lembrou de dizer ao amigo «não te esqueças das metástases! Cuida isso com outra regularidade para não teres surpresas!», bem como mais tarde lhe disse «não te esqueças que a sociedade está em crise jurídica e fiscal mas há como! Mexe-te porque sem trabalho e sem poder trabalhar não consegues dinheiro, não te curas e não vives sequer». Ou ainda - e esta é a verdadeiramente vislumbrante! Santa ignorância, senhores! - «não era suposto trazeres relatórios médicos contigo para numa eventualidade seres assistido já com um historial preparado para evitar agravamentos e facilitar intervenções!? Informa-te disso que aliás interessam-te os apoios sociais que é exactamente daí que advêm!». É fantástico não é? Não! É plebe! Relatórios é para pobres, trabalho é para escravos, cuidados é para monges e humanismo é para bestas. É uma filosofia de génio, sem dúvida. Fantasticamente apelidada pelos fascistas culturais, os sábios da nação e os mártires de guerra. Faz sentido.
Entretanto a componente psicológica evidentemente que está no auge. Para quê ir ao psicologo então? É uma forma bárbara de perder dinheiro e metade deles não prestam. Não sabem ouvir, não sabem ajudar, chulam dinheiro e ainda por cima prescrevem-nos medicamentos crassos e rótulos de dementes, pobresinhos ou burros. É de facto uma quebra de auto-estima tremenda. Compreendo perfeitamente. Faz todo o sentido.
Por outro lado ainda, temos a grande manchete académica que define caminhos e destinos, sonhos e ambições. Para quê ir para lá se ninguém tem trabalho depois e os que têm é pelo «factor C»!? (Facto pelo qual teremos os médicos que temos e os buracos que nos pintam... Será? Não? Ah pois é verdade, isso já é censura estatal. Erro meu! Adiante...)
Sabe-se também que somos um país de crise. Não há dinheiro. Se não há dinheiro, não se paga o que é bom (que também não existe mas... ups! Lá estou eu outra vez! Cala-te boca!!) e se não se paga o que é bom não se vive como se quer e se não se vive como se quer (DEVE) não se fica por muito tempo, não se aguenta tanto fardo, não se explora tanto a crise, não se dinamiza tanto a forma.
E é nesta crise de circunstância, neste fardo público-venoso que se completa a auto-estima neuro-muscular do prazer enfadonho da vontade e saudade de se ser e poder querer. Não se vive, arrasta-se, não se tem, motoriza-se. Não há identidade, não há escalão, há vencedores e vencidos, sedutores e iludidos, bárbaros e meninos.
E por falar de auto-estima neuro-muscular, hão-de-me igualmente explicar porque é que uma pessoa que diz ter osteoporose, sarcopenia ou mesmo dores cervicais, lombares ou pélvicas quando chega ao médico, este não a avalia exactamente com essas características (ou mesmo com outras que refutem este diagnóstico inicial) e ainda por cima as manda fazer natação ou hidroginástica!? Eu não ando, não me mexo, custa-me activar qualquer sensor nervoso ou muscular mas vou para uma actividade física como natação ou por aí... Porque não? Eu morro entretanto mas não me faz mal nenhum... É aliás óptimo para a saúde! Porque raio é que é tudo encaminhado para o ponto básico do líquido milagroso que serve para tudo? Ah parti o pé -> água. Ah doi-me isto -> Água. Ah doi-me aquilo -> água. Ah, coiso -> água. Ah mas -> água. Hm -> Água. Depois é claro, ai senhor doutor, isto estava tão bem e de há uma semana para cá nem me mexo! Claro que não, a senhora tem de tomar os nossos medicamentos e garantir o seu descanso. E lá vai a senhora na sua ingenuidade contribuir para a segunda maior economia mundial e garantir a relevância do seu aconchego no choco, já mais morta que viva, enquanto a natação continua no horário chave: 2 horas a meio da tarde com o extra de hidro às terças e quintas pela hora do almoço. Pode ser que quando morrer o médico pense «chiça, estava a ver que não! O meu precioso tempo com estes vermes que não andam nem deixam gemer!»

6 comentários:

Hugo Torres disse...

Ahahah! Os teus textos estão cada vez melhores! Estava mesmo a imaginar-te a gritar isso tudo ;)

Corvi Umbra disse...

Juntemo-nos! Gritemos juntos que isto a solo não vai lá!

David disse...

eu gostei. posso gritar tb? xD

Corvi Umbra disse...

Sempre!

David disse...

haaaaaaaaaaaaaaaaa

xD

Corvi Umbra disse...

Lol -P