quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Os picos de um fanático
Sem dúvida, a perfeição:
«Ah, novidades, parece uma grande bola de sabão!!»
«A terra treme que nem uma bolha de gelatina»
«Ai, o sol racha por todo o lado»
E, claro, o espelho perfeito da inteligência do nosso povo:
«Será o fim do mundo?
Se calhar o melhor é fazermos as malas...
Hm... Já não dá tempo!»
E fica bem um pouco de popularecos:
«Ah que nem a riqueza da sua avó»
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Humans can do the most remarkable things no matter what happens!
«For things to change for you, you have to change! Don't wish it was easier, wish you were better! (...) Don't wish for less problems, wish for more skills! Don't wish for less challenge, wish for more wisdom! (...) You can't fly without gravity!»
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Pocesso? Nâo, demente
Existem n confusões entre gente reles, camadas da plebe, da mediocridade e os senhores doutores, lá das hierarquias altas e dos assentos fofinhos (as barrigas não disfarçam e aquelas olheiras... Ossos do ofício laboral? Não! Saga da poltrona e do vinho!). E se não bastasse meti-me em duas áreas extremamente interessantes, quase numa tremenda declaração de guerra a esses senhores, numa profunda malvadez socio-patológica.
Vejamos:
Em Psicologia, tenho as vertentes psíquicas, em camadas diversas pelas várias áreas já em desenvolvimento actualmente e todas as outras constantemente a nascer e principalmente a fundamentar-se. Cada frase psicológica é quase que uma astralidade num país como o nosso. Estamos no fado do tradicionalismo em que o fascismo nacional se evidencia em cada choque evolutivo ainda que nos digamos um país adaptado, evoluído e importante (Eu devo sofrer de sonambulismo crónico ou uma avalanche psíquica completamente deturpada porque só eu é que não acordo de sonhos assim! Porra de sorte!). E depois, claro, a área do exercício físico e do bem estar, do movimento, do controlo, do equilíbrio. Tão só a terceira grande faixa mundial do investimento e da relevância e em Portugal a área dos bóis, o caminho dos burros e a afronta dos boémios e dos perdidos. 5,6% de taxa de penetração e ainda por cima com mais de 50% de obesidade e excesso de peso, de fadiga emocional e fisiológica e pior um pouco desamparo colectivo, nacional e sapiente.
Ora bem, se falarmos em cancro, os psicólogos atendem os pacientes a fim de os iluminar, iludindo-os com a pérola da força de vontade. Se pegarmos nos médicos, estes fazem o milagre da vida e, na maioria das vezes, curam (ou pelo menos controlam) os senhores pacientes de um modo inconcebível.
Não podia concordar mais. Uma pessoa com cancro é uma pessoa cuja realidade, mais cedo ou mais tarde, irá sofrer uma reviravolta. Por mais que não sinta de início, por mais que as coisas acalmem fisicamente, por mais que o teor interno seja limpo, as cicatrizes da cura, os marcos da experiência, o peso da dor, o sarcasmo dos médicos, a tão fantástica categorização social e melhor um pouco o tão prestado apoio, são apenas exemplos dessa mesma reviravolta. E, portanto, sem dúvida alguma, é inconcebível!
Por outro lado, o tom retórico e mirabolantemente culto dos senhores das hierarquias altas é sempre tão próximo que o indivíduo em vez de dar duas voltas ao elástico enquanto assimila a informação, dá para aí umas dez para não ter de partir a tromba ao filho da mãe que se encontra à sua frente, cuja cultura, aliás, deve ser bem mais baixa que a do senhor da mercearia na esquina da frente que enquanto acartava fruta e legumes se lembrou de dizer ao amigo «não te esqueças das metástases! Cuida isso com outra regularidade para não teres surpresas!», bem como mais tarde lhe disse «não te esqueças que a sociedade está em crise jurídica e fiscal mas há como! Mexe-te porque sem trabalho e sem poder trabalhar não consegues dinheiro, não te curas e não vives sequer». Ou ainda - e esta é a verdadeiramente vislumbrante! Santa ignorância, senhores! - «não era suposto trazeres relatórios médicos contigo para numa eventualidade seres assistido já com um historial preparado para evitar agravamentos e facilitar intervenções!? Informa-te disso que aliás interessam-te os apoios sociais que é exactamente daí que advêm!». É fantástico não é? Não! É plebe! Relatórios é para pobres, trabalho é para escravos, cuidados é para monges e humanismo é para bestas. É uma filosofia de génio, sem dúvida. Fantasticamente apelidada pelos fascistas culturais, os sábios da nação e os mártires de guerra. Faz sentido.
Entretanto a componente psicológica evidentemente que está no auge. Para quê ir ao psicologo então? É uma forma bárbara de perder dinheiro e metade deles não prestam. Não sabem ouvir, não sabem ajudar, chulam dinheiro e ainda por cima prescrevem-nos medicamentos crassos e rótulos de dementes, pobresinhos ou burros. É de facto uma quebra de auto-estima tremenda. Compreendo perfeitamente. Faz todo o sentido.
Por outro lado ainda, temos a grande manchete académica que define caminhos e destinos, sonhos e ambições. Para quê ir para lá se ninguém tem trabalho depois e os que têm é pelo «factor C»!? (Facto pelo qual teremos os médicos que temos e os buracos que nos pintam... Será? Não? Ah pois é verdade, isso já é censura estatal. Erro meu! Adiante...)
Sabe-se também que somos um país de crise. Não há dinheiro. Se não há dinheiro, não se paga o que é bom (que também não existe mas... ups! Lá estou eu outra vez! Cala-te boca!!) e se não se paga o que é bom não se vive como se quer e se não se vive como se quer (DEVE) não se fica por muito tempo, não se aguenta tanto fardo, não se explora tanto a crise, não se dinamiza tanto a forma.
E é nesta crise de circunstância, neste fardo público-venoso que se completa a auto-estima neuro-muscular do prazer enfadonho da vontade e saudade de se ser e poder querer. Não se vive, arrasta-se, não se tem, motoriza-se. Não há identidade, não há escalão, há vencedores e vencidos, sedutores e iludidos, bárbaros e meninos.
E por falar de auto-estima neuro-muscular, hão-de-me igualmente explicar porque é que uma pessoa que diz ter osteoporose, sarcopenia ou mesmo dores cervicais, lombares ou pélvicas quando chega ao médico, este não a avalia exactamente com essas características (ou mesmo com outras que refutem este diagnóstico inicial) e ainda por cima as manda fazer natação ou hidroginástica!? Eu não ando, não me mexo, custa-me activar qualquer sensor nervoso ou muscular mas vou para uma actividade física como natação ou por aí... Porque não? Eu morro entretanto mas não me faz mal nenhum... É aliás óptimo para a saúde! Porque raio é que é tudo encaminhado para o ponto básico do líquido milagroso que serve para tudo? Ah parti o pé -> água. Ah doi-me isto -> Água. Ah doi-me aquilo -> água. Ah, coiso -> água. Ah mas -> água. Hm -> Água. Depois é claro, ai senhor doutor, isto estava tão bem e de há uma semana para cá nem me mexo! Claro que não, a senhora tem de tomar os nossos medicamentos e garantir o seu descanso. E lá vai a senhora na sua ingenuidade contribuir para a segunda maior economia mundial e garantir a relevância do seu aconchego no choco, já mais morta que viva, enquanto a natação continua no horário chave: 2 horas a meio da tarde com o extra de hidro às terças e quintas pela hora do almoço. Pode ser que quando morrer o médico pense «chiça, estava a ver que não! O meu precioso tempo com estes vermes que não andam nem deixam gemer!»
A arte da exclusão da tola!
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Que te sejam dadas muitas mais felicidades como as que se progrediram nesta 'semana de loucos'. Que te seja dado o que precisas.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Crónicas de enlevo nessa lânguida execrabilidade de fados seus
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Gosto da palavra cristal...
Tão só um foco de tempo ...
E, de resto...
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
A prova
E isto...
Como disse há uns posts atrás, a saga das velhotas em pleno centro comercial. Sentadinha numa cadeira de massagem (!) sem se dar ao luxo de colocar moeda para a pôr a funcionar com o seu carrinho de compras a acompanhar. E para quê pôr moedas para massagens se é tão melhor massajar os pés e ver solas de sapatos e palmilhas ou assuar narizes e bater uma sorna? Esta mulher é um dos meus novos ídolos (o outro é o tipo que foi parar à choça, com direito a carro com excursão lá dentro, no mesmo dia - infelizmente, desse não tenho foto).
P.S.: Cliques nas fotos fazem-nas ficar assim mais maior grandes (e perceber a derradeira vontade da velhota. Chamem-na burra hein? São as memórias...)
Versus
Quando estamos longe somos mais frágeis. Quando é uma cegueira que nos une a quem nos prende, tornamo-nos extremamente vulneráveis mas o desejo dá-nos força para avançar e querer estar lá. É suficiente. Aos poucos, os passos que se dão tornam-se estradas infinitas e extremamente estreitas mas a força que nos ultrapassa, esse elo infinito da razão do sentir, deixa que não nos desequilibremos e que nos mantenhamos nessa infindável via da escuridão, tal e qual uma caminhada de olhos vendados, tal e qual um feito dos céus.
Pois bem, a net é sem dúvida uma teia. Uma teia que nos une em códigos binários e segredos humanos e peregrinos. Não sabemos nada para além do que nos deixam saber. O abstracto é tão mais infinito que faz-nos esquecer sequer de perguntar o porquê. Enfim. Clausurados, então, lá vamos nós até que um dia se começa a escrever um livro. Qual necessidade de identificação (porque, afinal, nada há de interessante num nome, tão só isso) base quando a linguística, a logistica e o lamiré do pensar e do saber se tornam chaves transparentes e automáticas. Dias passam e a concha abre. Ambas as conchas abrem. Abrem e unem-se. Abrem e fecham com os medos do que é atípico, do que não se vê. Uma religião. Uma pura religião.
Salta-se para o seio da sociedade, da visão, da realidade tal e qual a conhecemos (ou conheço). O imaginário deixa de ser infinito e torna-se um pecado porque nos limita o tempo e a forma e o espaço e o corpo e o ventre e a luz. Pouco depois, o primeiro olhar trocado. Conversas que se cruzam e se completam tal como no livro que se abriu. Os olhos que se tocam em silêncios e se aquecem entre linhas. O limite é ultrapassado. Não há forma, não há corpo. O próprio tempo continua mas não existe para esse pendulo que une quem se desiguala por fracções de ponteiros. Mais umas palavras. Mais uns rabisco. Um ou outro sorriso envergonhado (devido a medos e a desejos que não se entende sequer). E passados alguns passos, alguns caminhos, depressa se quebra o receio e se entende que nada mais houve se não o que o inferno nos quis oferecer. A tentação. Não se sabe onde nem como nem para quê. Está lá. Sozinha, ansiosa, rígida. Queima. Prende. A tentação. Evita-se. Tenta-se. E queima. Queima. Queima...
É um facto, existem n situações em que o busilis não existe. É o drama, a paranóia, o adamastor do psiquismo, essa necessidade, esse vício, esse fado de sangue que consome, fere, destrói, mata. Mas o espaço para se poder ser real existe em qualquer instância. E a minha transparência ensinou-me a olhar no abstracto. Nele não se vê, olha-se. Aquece-se o espírito com os mais básicos sentidos, completando com a achega da conexão, da coordenação e do controlo interior. Aquece-nos. Deliberadamente. Aquece-nos. Porém, não minto. Não me entrego. É por carnalidades tais de mundos animais como o é a selva em que crescemos enquanto seres humanos - ou uma merda qualquer - que me tornei, eu mesmo, psicopata. Sei que o furor é venenoso, letal. Em cinco passos quebro cinco dedos e em cada um uma série de tendões. Facilmente fico em segredo pela dor, pelo vazio, o desconexo. Facilmente perco cinco pontas do amor. Não nos dedos, não no tempo mas no real do que não se vê. Do automatismo de quem mente, de quem age, de quem procura. De quem caça. Derreto-me. Prefiro esquecer esse mundo e ser acusado de infantil. Tenho espaço para ser feliz no campo que construí, que, sem saber como, desenterrei. E tudo mais é o que quiserem. Nihil meu a mais nada exige.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Vivências
Entretanto, na noite de domingo para segunda, um amigo esteve cá. Tornou-se rotina por necessidade e até gosto. Acaba por ser um meio de gerir confusões, acalmar tensões, mudar de ares e conhecer caras. Viver momentos crassos. Surrealmente crassos. Conversa atrás de conversa, chega a hora de levantar e cordeirinhos despertos nem vê-los, até que lá nos mentalizámos que tinha de ser e rendemo-nos ao incontestável. Lava cara, toma qualquer coisa para aconchegar a barriga, sai, não sai... O costume. Merdice de rotina.
Comecei o dia por ir para o ginásio como de costume. Madrugada para ambos. Ele no hospital, eu no centro médico do desporto. Uma epidemia. A espera infindável, esse veneno. Horas a fio numa espera tremenda sem nexo, sem qualquer teor profissional. Chegou, sentou-se, esperou. Avisando que havia chegado, esperou na esperança que reencaminhassem o aviso. Esperou. Esperou. Esperou. Horas depois de tanta espera, esperou mais um pouco. No meio da confusão, esperou. Até que pede para confirmarem a situação e descobre-se o médico sozinho na sala (quase a olhar para ontem) provavelmente também à espera. Lá se atendeu o moço e se tratou do pretendido. A par disso, esperava eu. Entre máquinas e tortura, esperava eu. Um aqui, outro ali. Olhares incomodados, suspiros, sorrisos ou simples gratificações. Esperava eu. Uma máquina vazia. Um segundo de paz. Esperava eu. Ao longe, uma cara conhecida. Sorrisos, palavras, pedidos. Elogios. Esperava eu. Elogios. À frente, um olhar chamuscado, recheado de sombras e de veneno. Esperava eu. Abro os olhos. Essa espera. Abro e reabro. Longe, lá, ali. E enquanto esperava, o tempo corria e aumentava a espera. Até que, sim, acaba a rotina e a espera corta-se.
Ao almoço, sua excelência leva-me para o Colombo onde conheço duas amigas dele e a barraca do chinês. Perdidos alguns minutos na Pizza Hut por ter lá umas colegas, rendi-me às evidências da tentação chinesa e acabei por matar a sedução do plástico huteiro. Muito bom por sinal mas um prato para alimentar 50 pessoas! Assustadoramente bem servido e, sim, também me pediram 6 euros por aquilo! Ai marmitas, marmitas! (Vá, valeu pela companhia)
Entretanto vamos para Sete Rios, Twin Towers, dizem eles. Pergunto-me que é que Portugal tem que não seja plágio. Nojo. Muito nojo! E aquilo, aliás, parece mais abandonado que sei lá o quê. Mal aproveitado e com poucos circulantes. Estranho mas de calmo, agradável. Tão agradável que até as velhotas faziam de tudo para se sentar numas cadeiras de massagem (note-se, de colocar moedinha mas cujo preço não aparecia...) que se encontravam por lá. Cómico foi uma lá sentada, com as pernas penduradas por a cadeira ser maior que ela, a trocar sapatilhas e a descansar. Acho que sim. Sem dúvida.
Entretanto, passadas horas a andar por lá, nesta altura com um terceiro elemento também conhecido do senhor de Viseu, chega a hora da moça ir embora e lá a levamos à estação. Qual quê... Plena captura em via pública. Ridículo. Policias indignados e dois africanos a revoltarem-se por uma qualquer razão que também não deve interessar muito. Só sei que eles queriam fugir e não corriam e os polícias queriam capturar e também só andavam. Basicamente, numa redução mental devido ao limite das palavras comparado a um momento de 1000 segundos, imagine-se uma estrada com dois carros parados enquanto o espectáculo decorria e 4 indivíduos em plena agitação. Os dois polícias do lado de cá e os dois africanos do lado oposto. A ameaça de fuga não passa disso e os polícias simplesmente avançam, agarram, algemam e acabam ali o filme com o pedido de reforços. Lá os vão buscar numa carrinha (deviam ser todos muito gordos) e ala que se faz tarde. Hein? E viva o activismo português (ao menos não é como na Nova Zelândia, onde prisioneiros sem viatura, têm um quartel atrás, tanto de carro como d ehelicoptero, e é um poste de electricidade que os apanha!). Enfim... E depois ainda me perguntam porque é que tenho problemas...
À noite, já depois dele se ter ido embora, sou atacado por uma senhora que quer saber à viva força onde era não sei o quê. Não conhecia nem rua nem sítio. Ainda por cima deu-me na cabeça por não conhecer e, pior, queria que eu a levasse lá na mesma... Perfeito. Sim, porque dois a saber cada um menos que o outro, em pleno Olivais àquela hora, era de facto o mais indicado de se fazer. Descalcei a bota com o polícia e ela ainda mandou vir comigo. Conclusão: «minha senhora, era de seu interesse ir para esse local portanto seria seu dever informar-se primeiro. Tem muita sorte em ter tido a paciência de a trazer aqui. Passe bem. Boa Noite». O polícia ainda queria festa mas quando a mulher começou a argumentar qualquer coisa que ninguém percebeu, só me disse: «Vá para casa. Tratamos do resto a partir daqui» -.-' Muito bom. Como sempre.