domingo, 4 de novembro de 2012

A Ti, Mãe

Após 3 anos de luta intensa contra um bicho silencioso, transparente, devorador e insano, uma batalha foi perdida. No meio de todas as batalhas que uma Mãe tem de travar, esta foi mais uma que colocou à prova toda a tua capacidade de vida. Sempre, sempre a cunhar a tua independência desde nova, possivelmente mesmo antes dos 12 anos em que começaste a trabalhar, chegaste ao fim, vencida por algo in
vencível mas com uma garra e uma resistência admiráveis. Lutaste até ao fim, caminhaste até não poder mais, estiveste sempre, sempre, sempre no alto da luta. Aguentaste todas e quaisquer espécies de dores, todo e qualquer jogo de palavras, todo e qualquer turbilhão de dor derivado das atitudes também elas do mais senil possível e mesmo assim não condenaste, não valorizaste qualquer chuto na barriga e continuaste, num escudo muitíssimo bem elaborado, a amparar golpes. Hoje, ao contrário do que já ouvi, não acredito que tenhas perdido uma batalha, acredito, sim, que perdeste uma guerra. Uma guerra fria, triste, injusta. Uma guerra que mesmo sabendo que a ias perder, nunca te fez desistir. Hoje, cunhaste no mundo um nome que quero que seja sabido, reconhecido e admirado pelo grande exemplo que foste enquanto pessoa, enquanto mulher, enquanto esposa, enquanto Mãe, enquanto doente e enquanto alma. Quero vir um dia a ser metade da mãe que foste para mim e dar ao mundo metade do que tu deste. Tudo o resto é um bónus. Se um dia me puder sentir orgulhoso de mim, à tua imagem, como me sinto de Ti, terei traçado o caminho devido e poderei partir em paz para onde quer que estejas. Voltaremos a estar juntos mesmo que do nada se trate nesse novo mapa em que aterraste. Um grande, grande bem haja por quem és, Mãe!

20-10-2012

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