quinta-feira, 22 de julho de 2010
Por vezes, as palavras fingem-se vestidas de prata, com pérolas em torno da pele. Entre naus e desabafos, tiros e venenos, acontecem diante cada fragmento da existência. Saboreiam sonhos diante nadas e cunham segredos de silêncios esquecidos. Fingem-se de cores que massacram a realidade e devoram sorrisos em danças de felicidade. Quando reabrem os olhos, esquecem que são pedaços de departamentos pessoais que lhe são superiores. Quando voltam a si, percebem que nada têm se não aquela arrogância pessoal do que é sentir, estar ou existir. Passam depressa a escarlate, um germe de corrupção moral. Esquecem a carne, sugam-se a elas mesmas até ao osso, nuas, num acto andrófago, em pedaços de ferro envoltos em foices de sonho. Cunham-se em nós, sim, e, nisso, ainda assim, voltamos a deixar escapar um sorriso. Voltamos a existir.
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