terça-feira, 23 de outubro de 2012

Palavras ao púlpito dos céus

Lá dos cumes do outrora,
Chegou um Astro um dia,
Para não tardar demora,
Para nos apaziguar a vida.

Veio, veio, passo a passo,
Para cumprir promessa santa,
Deliciar qualquer pedaço,
Animar qualquer planta.


Com Força, Amor, Esperança e Paz,
Caminhou no mais sincero todo um percurso fugaz,
Correu contra o Tempo, contra a Maldade,
Cunhou dor, cunhou saudade,
E nos votos da Liberdade, chorou alto mais um dia.

Sede exemplo de milhares,
Abrigo de um outro tanto,
Entre esculturas e olhares,
Mulher de doce encanto.

Vaga, vaga, numa esfera infinita,
Choraram os céus mesmo no fim,
O passado que escreveu sua vida,
Os seus olhos dormem assim.

Hoje choro a memória,
Choro a dor do incomensurável,
Visto luto que se pinta de branco,
Sou-te eterno Condestável.

Por apaziguos crassos, descansas,
em palavras de crianças,
Dando a mão a teus ancestrais,
Nessa ode de esperanças.

E que te acolham como mereces,
Que te condecorem Deusa Santa,
Que te cunhem Amor no infinito
Que te façam corar, sorriso e aliança.

Sorriso alto que beija flores,
Entoa baladas de alegria,
Mesmo nas lágrimas dos horrores,
Não és mais brisa ali, és maresia.

Esconde a aldeia, a luz dessa lembrança,
Na escuridão, o silêncio é liberdade,
Lápides longas de eterna saudade,
Uivos sinceros de «até qualquer dia».

Sem comentários: