Passo a passo, a vida dá voltas e leva-nos exactamente ao mesmo ponto de partida mesmo que com pequenas alterações. Uma espécie de espiral em forma de vai-vém. Tentamos guardar as coisas numa caixinha, esquecer que aconteceram, abstrair-nos do que vemos diariamente feito pela nossa própria memória. Chegamos a querer rasgar a pele por sentir demasiado determinados aspectos de nós para nós e de repente libertamo-nos e atenuamos a raiva, o medo, a dor e a saudade. Fere-nos, fugimos disso mas sabemos que pertencemos lá. Acaba por ser um ensinamento da parte da tal espiral e nós, pseudo-esfera invertida e pesada, cedemos à gravidade e caímos da espiral com uma facilidade imensa de tanto querermos fugir.
Hoje, provavelmente no meio de tanto retorno à vida e pelo corte enorme que foi nestas últimas semanas, sinto exactamente isso. Adormeci com um vazio imenso e a sentir que de facto alguma coisa se passava. Tentei ignorar e dei-me mal. A dúvida fica mas o arrependimento nunca mais irá sair. Trivial... No meio de tudo o que há para fazer, mais uma coisa para tratar...